Agrofloresta é uma forma de agricultura inspirada na Natureza, observando e entendendo seu funcionamento, praticando seus ensinamentos. Os seres vivos vegetais animais e seres microscópicos, trabalham de maneira incrivelmente coordenada, por mais de 4,5 bilhões de anos geraram e ainda geram a composição exata do ar, o clima adequado, a bioquímica dos solos, o ciclo das chuvas, a sucessão de plantas, para que a vida se instale em plenitude.
Todos os seres vivos em cooperação gerando mais e mais vida. Este é o princípio que orienta a agrofloresta, uma agricultura que se integra ao invés de se contrapor à floresta e ao meio ambiente. Nela, as plantas produtoras de alimento são inseridas em um sistema florestal em áreas em processo de reflorestamento ou onde já existe uma floresta. Busca-se criar um agroecossistema parecido com os ecossistemas naturais na forma, funcionamento e dinâmica. A Cooperafloresta segue os ensinamentos de Ernst Götsch que adaptou a sucessão natural como estratégia para a implantação de agroflorestas. Usando todos os elementos da sucessão, ele encaixa uma fase dentro da outra no mesmo espaço de tempo, economizando assim muitos dos anos que a Natureza levaria para criar uma floresta. Ele lançou as bases e continua com uma atuação decisiva no desenvolvimento da agricultura agroflorestal.
A natureza é a grande guia para prática da agrofloresta. Procura-se imitar seus passos, manejando os mais variados tipos de plantas que vão produzir adubos, remédios, madeira e alimentos. Ao mesmo tempo, cuida-se do solo, da água, das árvores nativas e dos animais, deixando para as gerações futuras um meio ambiente recuperado e conservado. A experiência mostra que esta forma de produzir traz mais prazer e orgulho para o agricultores e agricultoras, já que, a cada ano que passa, a terra fica melhor, mais rica, produtiva, bela e cheia de vida
O crescimento da produção é fruto do caminho da vida, que sempre regenera a fertilidade e as florestas. No mesmo lugar e ao mesmo tempo, procura-se plantar árvores e outras plantas que formem e ocupem ao máximo vários andares, em todas as fases do desenvolvimento da agrofloresta, desde poucos meses até centenas de anos depois. Ocupando vários andares, elas captam com perfeição a energia do sol, gerando assim, a maior quantidade possível das folhas, frutos, madeiras e raízes que alimentarão animais e micróbios. Estes ao fazerem a digestão destes alimentos,
devolvem ao solo uma quantidade e diversidade crescente das vitaminas e sais
minerais que fazem as plantas nativas e as lavouras se desenvolverem cada vez melhor. Devolvem, também, o estrume que gruda os grãos de areia e terra uns nos outros, tornando os solos cada vez mais férteis e cheios dos espaços vazios, que os fazem capazes de guardar água, mesmo muitos dias após chover. Desta maneira, as agroflorestas se tornam dia a dia mais produtivas e totalmente independentes do uso de água, de adubos e de esterco, além dos gerados pelos próprios seres vivos que nelas vivem.
A agrofloresta é atualmente uma das melhores estratégias para restauração de ecossistemas, pela velocidade e eficiência de sua instalação e pela maior quantidade de carbono contido nas plantas, na matéria orgânica incorporada ao solo e distribuída em sua superfície. Assim, as agroflorestas geram água ao invés de consumi-la. A produção aumenta sempre e com elas já se produz maior quantidade de alimentos por área do que a agricultura mecânica e artificial. Desta maneira, o campo pode se tornar novamente cheio de gente, de florestas, de animais, de nascentes, de rios e de imensa fartura de alimentos.